
A recomendação unânime de professores e pedagogos, a cinco dias da realização do Enem 2025, é que candidatos à prova deem uma significativa desacelerada na rotina de estudos. Passada a longa maratona de preparação, a hora, agora, é de domar a ansiedade às vésperas do exame, que será aplicado nos dois próximos domingos — nos dias 9 de novembro (com questões de Linguagens e Ciências Humanas, além da Redação) e 16 de novembro (com Matemática e Ciências da Natureza).
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Especialistas ouvidos pelo GLOBO ressaltam, para os estudantes, que o entendimento dos próprios sinais de esgotamento e a busca por instantes de calmaria, nos dias anteriores à prova, fazem total diferença no desempenho final. Neste momento decisivo, não se deve, portanto, sacrificar madrugadas com o rosto colado nos livros e apostilas: vale, sim, afastar os cadernos por um tempo e priorizar o relaxamento. Mas sem exageros.
— Cuidar do sono, da alimentação e reservar momentos de descanso são hábitos que fortalecem o equilíbrio emocional — afirma Victor dos Santos Silva, supervisor pedagógico do pré-vestibular do Elite, parceiro da plataforma Amplia. — Quando o aluno segue uma rotina consistente, ele chega no dia da prova com a sensação de que fez o possível e está preparado, e essa confiança é o melhor antídoto contra a ansiedade. Ter horários fixos de estudo, fazer revisões periódicas e resolver simulados ajudam a criar familiaridade com o formato da prova e reduz a insegurança.
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Em se tratando de uma situação de alta pressão, como o vestibular, é impossível deixar o nervosismo totalmente de lado na hora agá. Para que o problema seja remediado, é preciso encará-lo, sem temor, desde já, como reforçam educadores. O primeiro passo é reconhecer o sentimento de ansiedade. A partir daí, deve-se, então, recorrer a estratégias que melhor se adaptem ao próprio perfil, de maneira a preservar o equilíbrio emocional e manter o foco nas questões.
— Na prática, não existe um único caminho para administrar a ansiedade. O mais eficaz costuma ser a combinação de estratégias adaptadas à realidade de cada estudante — frisa Pâmela Esteves, psicóloga da Escola Sap, ao citar técnicas de respiração e pausas estratégicas que podem ser aplicadas no momento do exame.
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A mais famosa das ferramentas disponíveis envolve inspirar e expirar lentamente por meio da prática conhecida como “4-7-8” — em que a pessoa inspira por 4 segundos, prende a respiração por 7 segundos e expira por 8 segundos. Importante lembrar, porém, que nada é capaz de lançar pelos ares a aflição natural do corpo e da mente.
— A ansiedade não é algo que se “elimina”, mas, sim, algo que se aprende a reconhecer e regular — reforça Pâmela. — Quando o nervosismo começa a atrapalhar a rotina do estudante e prejudicar seu bem-estar, é sinal de que algo precisa de atenção.
Atenção redobrada
Os principais sinais de alerta para ansiedade além do normal, de acordo com a psicóloga, são:
Dificuldade persistente de concentração nos estudos, mesmo em conteúdos já conhecidos;
distúrbios no sono, como insônia ou sono excessivo;
mudanças bruscas no apetite — comer demais ou perder completamente a fome;
crises de choro, irritabilidade ou apatia;
pensamentos frequentes de incapacidade ou fracasso, mesmo com boa preparação;
fadiga constante, desânimo ou recusa em participar de atividades escolares e sociais;
e desorganização na rotina de estudos, com procrastinação ou excesso de cobrança.
A especialista aponta que tais comportamentos são sintomas de que “a pressão está se tornando um peso difícil de sustentar”. Mais uma vez, a solução indicada está no simples reconhecimento do problema:
— É importante que a escola, a família e os próprios estudantes consigam identificar esses sintomas a tempo, para buscar apoio e promover estratégias de cuidado, como pausas, escuta ativa, reorganização do cronograma e, se necessário, apoio psicológico — aconselha Pâmela Esteves. — Mais do que “estudar até o limite”, é fundamental que o estudante esteja emocionalmente bem para enfrentar a prova com clareza, confiança e equilíbrio.
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